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Semana
passada falei sobre sexo. Nesta, vou permanecer no tema. 2013 começou quente.
Depois
que nos tornamos pais, fica difícil praticar a arte do prazer com segurança e
tranquilidade. Muitos casais até abstraem. Mas como sentir-se atraente com o
peito entupido de leite? Ou como manter a mente focada no parceiro entre um
choro e outro? Sem cogitar os quadris enormes, barriga pendurada, a exaustão e
todo o resto. Sexo para a mulher começa na cabeça e mãe, embora esqueçam, é mulher. Precisa se sentir mulher. Fica difícil com um novo sócio entre o casal. Selvagem! Eu sempre digo.
Recentemente
encontrei na antessala do pediatra das crianças uma semelhante de primeira viagem
com seu bebê de quinze dias. Estava muito estressada. Desesperada é a palavra
correta. De dar dó. A fase de adaptação estava difícil. Muito refluxo e dias trocados, ela
confidenciou. Ficou muito feliz quando eu disse que passa rápido e a gente
esquece. Meia verdade, reconheço. Mas a moça precisava de esperança para
prosseguir.
Me
lembro que, quando criança, um dia minha irmã chegou pálida ao nosso quarto. Eu
tinha nove, ela uns seis. Pegou papai e mamãe brincando de “papai - mamãe”. Literalmente. Uma amiga me
falou outro dia que a filha de sete toda hora questiona como veio ao mundo. Ela
desconversa porque não sabe o que dizer.
Saia Justa. Meus pais, no dia seguinte ao flagra, adotaram o silêncio
total como saída. Sabe aquele lance de fingir que nada aconteceu? Constrangidos, acharam a melhor opção. Eu tinha uma
coleguinha na escola, mais avançadinha, que sem cerimônia nenhuma me contou a
trajetória do dedinho do Cebolinha em busca do umbiguinho da dentuça Mônica.
Minha mãe, quando percebeu minha curiosidade sobre o assunto, tratou de comprar
um livro chamado “Como nascem os bebês”.
Recomendo, inclusive. Disse para minha amiga dar de presente para a
filha. Minha irmã não precisou, aprendeu no susto. Ser a caçula nestes momentos também ajuda. Os
irmãos fazem o trabalho dos pais.
Desde
sempre sexo é tabu. Explicar a concepção para os pimpolhos é pior que a fase da
adaptação. Não tive coragem de dizer isso à novata que consolei, mas mil vezes
cordão umbilical, má digestão, dentição e noites em claro, que papos - cabeças e
outros bichos. Meus meninos nunca tocaram neste assunto com a gente. Acho que
aprenderam sozinhos. Em compensação, capricharam nas cólicas quando bebês.
Penei algumas madrugadas. A menina, ao contrário, foi tranquila quando neném.
Agora? Qualquer hora dessas vai me arguir sem piedade. Esperta à beça. Persistente para valer. Não vai aceitar qualquer resposta. Muito menos o silêncio.
De qualquer forma, já comprei o livro e na hora H, se me faltarem as
palavras, como aconteceu com minha mãe e minha amiga,
conto com a literatura para me salvar.
Ate
a próxima!
Paula Santana
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