BOLINHO NELES!



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Sou louca por bolos. Amo! Para mim, nada melhor que chá com bolinhos. Principalmente os caseiros. Os simples. Hummm ... curam qualquer coisa. Ultimamente ando na fase do fubá. Vou para cozinha, pego a batedeira e mágicas acontecem. Não leva mais de uma hora e tenho nas mãos um delicioso e suculento tabuleiro de Amor. Arrisco até a dizer que poderia convencer os Deuses com minha obra. É sério?!?! Não é arrogância, não!  Meu caçula aprovou e isso, acreditem, significa muitíssimo.
Este mês de junho foi punk para minha família. No inicio do mês meu sogro passou mal, foi internado, ficou uns quatro dias sem um diagnóstico preciso, CTI, nada de concreto, coisas de “SUS particular.” Depois perguntam o porquê de tantas manifestações.? Selvagem! Quando acontece algo assim, a casa toda sente uma agonia grande. As crianças ficam com carinha de “falta de chão”. Como se estivessem perdidas no tempo, no espaço, sem entender o universo em volta, a apreensão e a tensão dos adultos. Conclusão: bolinho de fubá neles!
- Mamãe, eu sinto um amor por você quando como este bolinho, sabia?
Ownnn!!! Claro que eu aperto, né?
Esta semana meu avô faleceu. Assim, de repente, feito um passarinho mesmo. Deitou, suspirou, se foi. Minha avó, desolada. De dar dó. Como são frágeis os velhinhos! Viram crianças num piscar de olhos. Impressionante de ver. Emocionante de viver. No dia da morte do vovô, quem disse que minha avó, uma mulher robusta, cheia de vida e muito gulosa, queria comer? A boca fechou, a vida perdeu a graça, os sentidos como olfato e paladar desapareceram. Alguns idosos ao enviuvarem entram em tristeza profunda e morrem de desgosto. É até poético, bonito, mas ainda precisamos da vovó por aqui. Não tive a menor dúvida: bolinho de fubá nela. Santa ideia!!! Servi com queijo minas autêntico, chazinho de camomila e lá foi a velhinha firme e forte ao encontro do garfinho.
- Filhinha, que delícia! Muito obrigada! Este bolinho veio bem a calhar. Danadinha, puxou a mão boa da vó para cozinha, hein?
Ownnn!!! Que fofa! Claro que eu aperto também.
Conclusão: Quanto mais eu vivo, mais tenho certeza de  que um gesto é capaz de remover montanhas. São muito mais eficazes e marcantes que presentes, brinquedos, dinheiro. As coisas materiais passam e normalmente não satisfazem. Já um carinho ... fica gravado para sempre em nossos corações. 

Até a próxima!!!

Paula Santtana