VIDA NOVA EM MADAGASCAR!


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Mamãe, tem dever de casa aqui na pasta que é para você fazer, sabia?
A proposta da tarefa escolar pedia que os responsáveis escrevessem uma oração que fizesse parte do cotidiano familiar. Achei bacana. Mais uma oportunidade de interação. Um casal amigo não gostou da ideia. Acharam difícil.
Uma amiga me contou que estava às voltas com o dever de inglês da filha. A questão era o Yellow. Que complicado! Quem tem menina sabe como o yellow pode ser um problema enorme, já que tudo passa pelo pink. Ou melhor, tem que ser pink. Como trabalha para caramba e ainda precisa dar conta da casa, do caçula e do marido, não teve jeito: Ajudou a garotinha pelo celular mesmo. Selvagem! Mas quem disse que seria fácil?
Fui assistir a uma palestra. Espírita. Sou católica, mas como boa brasileira acendo uma vela para Kardec, outra para Buda, jogo flores para Yemanjá, não dispenso os ensinamentos da Kabalah e falta pouco ando de burca para agradar a Maomé. Um aparte: como somos felizes neste país! Ou éramos, sei lá. Pensar que toda essa harmonia e tolerância estão indo água abaixo .... Me assusto. Em nome de Deus já se matou tanto por aí. Pobre Senhor!
Para minha surpresa o tema do dia na reunião era  “Como orar”. E depois de muito esclarecer sobre o assunto, a condutora da vez recomendou aos presentes um livro chamado “As mais belas orações de todos os tempos” e antes de encerrar, abriu em determinada página e leu para nós aquela que julgava ser a mais bonita: “A oração de uma camponesa de Madagascar”.  E quem tiver dificuldades para achar um exemplar, tudo bem, é fácil encontrar na web. Santa tecnologia. Habemus Google!!! 
Bem, segundo a orientadora, uma prece é eficaz quando estamos nus diante do criador e com simplicidade, humildade e sinceridade, falamos a Ele. Ao ouvi-la recitar a tal conversa da mulher de Madagascar com Deus, tive certeza disso. Nunca imaginei que fosse encontrar em terras tão distantes a resposta para o meu dever de casa. Para a dificuldade do casal amigo. Alguém que como a "mãe yellow", emociona por servir incondicionalmente sua família.
Em tempos de Páscoa, a negra de Madagascar nos incita a uma vida nova. Nos convida a soltar as cordas que nos escravizam à soberba, arrogância, ao orgulho, egoísmo, individualismo, mesquinharias e misérias impostas por nosso próprio ego. E aí, tanto faz ser judeu, católico, muçulmano, budista, praticante do candomblé, da umbanda, evangélico, espírita ou até ateu, afinal de contas, quer queiramos ou não, somos todos feitos da mesma argila.

Até a próxima!


Paula Santtana