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“O
peso da mochila é o preço que temos que pagar pelo sucesso dos nossos filhos.”
Costumo dizer aqui em casa, quando as
crianças ficam daquele jeito, que tomaram “bobol”. Pois bem, acho que quem
aprova o excesso de carga escolar nas costas dos filhos faz uso contínuo deste
tipo de substância. E em dose cavalar. Pelo amor! Ou sou eu que tenho
problemas? Crítica além da conta? A escola resolve fazer o máximo para aliviar
a pobre coluna dos alunos e os pais não gostam? Oi? Alô, alô! Parem o planeta
porque agora não tenho mais dúvidas, eu quero descer. E não se esqueçam de
incluir a pérola no “FEBEAPA” (O festival de besteira que assola o país).
A competição infantil não me agrada. Nem
um pouco. A meu ver, está longe de ser benéfica. Causa estresse, insegurança,
prejudica de verdade o crescimento, o desenvolvimento humano. O futuro global.
Acredito em equipe. Trabalho em conjunto. Gosto de pensar na felicidade dos
outros. Na amizade genuína entre as pessoas. Acho importante criarmos raízes,
referências, ainda pequenos. Se o amigo tirou dez, maravilha. Fique contente,
vá lá e elogie. Se ficou abaixo da média, vá lá do mesmo jeito para ajudar. Não
acredito em time de um homem só. Cada jogador é fundamental em sua posição. Já
era o tal do individualismo. É brega. O planeta não suporta mais isso. E não
tem nada de Pollyana da minha parte.
Temos muitos tipos de inteligência, a
ciência já provou. Possuímos habilidades e deficiências específicas, a ciência
já provou também, mas o grande lance é a capacidade de superação, a força
interna de cada um, a forma saudável de se relacionar e isso a ciência não
cansa de enfatizar. Equilíbrio emocional. E como são mais felizes, mais
tranquilos e perseverantes aqueles que conseguem administrar positivamente suas
emoções. Que aprendem a lidar desde cedo com limites, frustrações, decepções e
diferenças. A aceitá-las, principalmente. Uma pena pensar que uma geração
inteira está condenada às síndromes de fundo nervoso pela ignorância do “tem
que”. Tem que ser lindo, tem que ser o melhor, tem que ser o mais esperto, tem
que ser o mais inteligente, tem que ser poliglota, tem que ser multiatleta, tem
que ser jovem, tem que ser popular, tem
que, tem que, tem que, tem que, tem que ser criança de alto rendimento, tem que
ser perfeito. E dá-lhe diagnóstico errado. Um tal de tarja preta para lá e para
cá. Também, pudera, não existe perfeição! Coitadinhos. Fadados aos transtornos
de alguma coisa, sem opção de escolha. E o estatuto nem imaginava tamanha deturpação. Meu Deus! Criança precisa brincar! De tempo livre para olhar o nada. Literalmente. E fica a pergunta: O que esperar, no futuro, de indivíduos que tiveram a infância usurpada pelos próprios pais?