- Mamãe, o que é inveja?
A pergunta da “03” me
pegou de surpresa. Aliás, filho adora fazer estas coisas, já repararam? Surpresinhas
... Outro dia, no meio do trânsito caótico do Rio de Janeiro, a questão do “04”
passava pelo “câncer”? E a coisa foi
tomando um vulto, uma proporção que, antes mesmo que eu pudesse responder, ele
mesmo concluiu:
- Já sei, tenho que lavar sempre a minha mão antes de comer,
para não pegar câncer, né mamãe?
O que eu disse? Nada. Não
consegui, na verdade. Primeiro porque eu ainda estava pensando na inveja,
segundo, porque minha menina se encarregou de responder ao irmão no meu lugar:
- Claro que não, seu burro, câncer é uma doença que tem a
ver com cabelo. Já viu que todo mundo que tem câncer fica careca?
Confesso que gelei com a resposta da garota. Jesus
amado!!! Eu digo que é selvagem. E
pensam que o festival de absurdos parou por aí?
-
Mãe, quero ir para França, me leva? Meu
amigo adorou o Van Gogh e a torre Waffel, mandou o caçula. Assim mesmo ...
Waffel! Quase perguntei se o amigo tinha passado geleia ou mel na torre. Tudo
bem que ele ainda é pequeno, cometer certos erros é supernormal, mas isso me
fez lembrar de um episódio recente, em que escutei a seguinte pérola do
adolescente:
- A festa é na casa da padrasta da minha amiga que é atora.
Posso ir, mãe?
Padrasta? Atora? A gente
paga escola, investe, no melhor e???? Francamente. Tive muita vontade de deixá-lo
de castigo sem ir à festa para aprender a falar direito. Mas, voltando à torre
“Waffel”, de novo fui atropelada por minha menina com peculiar selvageria antes
que pudesse me manifestar sobre o assunto:
- Hum, mas você é muito burro mesmo, sabia? Que França? Não
sabe que esta torre fica lá em Paris?!?!
Socorro!!!! Será que combinaram
práticas de tortura? Às vezes tenho certeza absoluta de que as crianças sabem como
enlouquecer um indivíduo. Quase consigo entender quem nunca desejou tê-los. Vejam bem, transitaram da Inveja à Torre
Eiffel em questão de minutos, sem nenhum constrangimento e com uma delicadeza
no trato interpessoal de assustar. Burro para cá, burro para lá ... nossa! Onde
estou errando?
- Seguinte, eu não admito que vocês se comportem desta forma. O que era
para ser uma conversa, se transformou em motivo de agressão verbal entre vocês.
Que é isso, chamar o irmão de burro? Não admito. Repitam comigo: “Irmãos têm que ser amigos.” De novo ...
mais uma vez ... mais uma ...
E assim, ao estilo Jesuíta, encerrei a conversa toda e, caso insistam manter esta relação do tipo "Caim e Abel", partirei para ignorância total: aplicarei o Castigo do Abraço.
E assim, ao estilo Jesuíta, encerrei a conversa toda e, caso insistam manter esta relação do tipo "Caim e Abel", partirei para ignorância total: aplicarei o Castigo do Abraço.
Até a próxima!
Paula Santana