DANUSA E EU


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Uma amiga contou que resolveu se separar. A relação não ia bem, coisa e tal e a melhor solução, então, foi a separação. Independente de razões, emoções ou opiniões, sempre é uma vivência delicada e o ponto x da questão girava em torno de como dizer ao único filho que papai e mamãe não iriam mais morar juntos.
Particularmente, não acredito que vale qualquer esforço para manter um casamento. Não! Se já houve toda e qualquer forma de tentativa, ok, que cada um possa encontrar seu caminho. Mesmo que um dia o melhor caminho seja voltar para o caminho antigo. Por outro lado também, percebo que existe uma impaciência generalizada. Uma busca incessante pela perfeição, por uma felicidade ideal e, claro, relacionamentos imperfeitos são sempre melhores na lata do lixo. Até porque, hoje em dia, é bem mais fácil descasar do que se encarar. Vivemos a era do “A culpa é sempre do outro.” Do filho dos outros, do marido, da empregada, do colega de trabalho, da professora, da escola, etc, etc, etc.
Ganhei o livro de crônicas da Danuza Leão e é sensacional saber que não sou a única no mundo que sente saudades dos relacionamentos de verdade. De um tempo onde existiam histórias que quase sempre eram embaladas por Chico, Caetano, Betânia, Gonzaguinha e o Rei. Acredito que a Danuza, assim como eu, daria um Reino pela volta do pijama até o meio-dia no sábado. Pelo lar como evento social. Da convivência familiar. Ninguém mais fica em casa, já repararam? É diagnóstico de depressão. Pior, de impopularidade. E quem não é popular .... consequentemente ... não usa anel com pingente. Independente da classe. É assim do Saara ao Leblon. Tem que ter programação e anel de pingente. Acho que a Danusa endossaria isso. 
Minha amiga resolveu buscar ajuda profissional. Segundo a especialista que consultou, o importante é frisar bem que quem briga não necessariamente se separa. Se assim fosse, bom, fica meio óbvio. Disse que a criança precisa sentir que é amada, independente do credo, da raça ou da cor. É imprescindível também que ela perceba os novos limites de maneira bem clara e definida. Ah! Os limites ..... que falta andam fazendo. Danusa deve sonhar com eles também, imagino. Mas voltando, o filho tem que entender que agora é a casa da mamãe, a casa do papai, o finde da mamãe, o finde do papai e por aí vai. E nada de fingimentos e disfarces. Criança costuma ler a mente dos pais e sendo assim ...... tudo bem se alguém estiver sofrendo. É ótimo para os filhos perceberem que pai e mãe são feitos de carne e osso.      
Legal! Gostei da simplicidade. Estou exausta do só é feio quem quer, infeliz quem quer, sem diploma quem quergordo quem quer, de todo esse faz de conta coletivo. Mulheres Maravilhas e Super Homens fantásticos perfeitos em tudo. Aff! Pobres compositores. Devem estar com dificuldades para trabalhar. Qualquer frase de quinta vira hit de sucesso!?!? E o troço gruda na mente de um jeito .... Deus me livre! Mas, de lado com meus desabafos pessoais, aos conselhos da doutora psicóloga, eu acrescentaria apenas uma coisa: Um bom bolo de tabuleiro, cortado em losango, com calda de limão e açúcar, saído do forno e servido bem quentinho. Hum! Remove montanhas. Posso sentir o cheiro do milagre. Sim, carinho tem aroma. Ah! tem. E arrisco apostar que não engorda uma grama sequer. Mais, ninguém saudável, diante de um momento desses, pode pensar em quilos. Coisas simples assim são  mágicas de Deus: Fazem nossos corações sorrirem num piscar de olhos. 
Desconfio que Danusa concordaria comigo.

Até a próxima!


Paula Santtana