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Dizem por aí que conviver com muita
mulher é punk, mas sou testemunha de
que excesso de testosterona também pode ser bastante difícil de administrar.
Tanta objetividade, racionalidade, energia e brutalidade são capazes de provocar estresse violento. Minha única filha que o diga. Outro dia, exausta dos três irmãozinhos, invadiu meu quarto e
com um semblante desesperador sentenciou: “Chega!
Preciso de paz. Já decidi e nem tente me impedir: vou me mudar para o
banheiro.”
Meu filho 04, resolveu convidar os
amiguinhos para lanchar depois da escola um dia desses. Carrinho, videogame,
massinha, desenhos, jogos -- que nada, a brincadeira da vez era lutar com os
coleguinhas. O colchonete foi promovido a tatame e a partir daí, tome
agarramento. De repente, um levou soco no estômago, o outro quase perdeu a
perna e eu, claro, mega assustada. Comecei a berrar. E por falar nisso,
tem mãe que não grita? Adoraria conhecer uma. Ter aulas para aprender a falar
manso, sabe? Essas pessoas, em geral, têm mais moral. E francamente, se
continuar assim não concluo a arte de educar com as cordas vocais inteiras no
lugar. Bom, mas filho dos outros é sempre filho dos outros, o cuidado deve ser
redobrado e neste caso, vale qualquer tipo de expressão para manter a
integridade da situação. Imagine devolver contundido alguém que recebi intacto?
Fora de cogitação. Conclusão: ficou proibido lutar na residência da “tia”.
Minha garotinha pediu para trazer as
coleguinhas na semana que vem. Para isso, quer que eu mande os irmãos para a
casa do avô. Segundo ela, como ainda não teve tempo de se mudar para o
banheiro, se ficarem, vão atrapalhar a paz e o sossego do momento. Não quer rodinhas, traves ou nocautes perturbando o ambiente. Achei justo. Ok. Nada de gol, manobras radicais, direitas, esquerdas e saltos ornamentais. Reunião de estrogênio sem testosterona.
Uma determinada mãe
da turma do 04 enviou e-mail coletivo ponderando sobre a “brincadeira” de luta dos meninos na hora do recreio. Acredita que para alguém se machucar de verdade, é só uma questão
de tempo. Vai falar com a professora. Concordo. Acredito que são imaturos demais para
darem conta da linha tênue que separa a brincadeira da briga para valer. Pode até ser coisa de mulherzinha. Pensamento de quem não entende nada de universo masculino. Aliás, confesso que criar meninos é bem mais complicado do que julgava. Provavelmente pela minha natureza venuziana, coisa e tal. Claro que existem aspectos adoráveis nos nativos de Marte, principalmente no que tange ao carinho e admiração que dispensam à nós, as mães, mas ainda assim, ando com dificuldades. E pelo visto, minha filha também. Selvagem! Triplamente selvagem!
Até a próxima!
Paula Santana