POBRE FAMÍLIA MODERNA




Mariana Santana

        E o bebê chora, chora, chora, chora sem parar. O motivo, ninguém sabe, ninguém viu. Já tomou banho, mamou, trocou as fraldas, arrotou, golfou, tudo dentro dos conformes, nada fora do lugar. A mãe se divide entre dar atenção ao rebento, colocar algumas tarefas em dia, atender a demanda dos outros filhos, do marido, do trabalho, do lar. Visualizou?
Enlouquecedor! Me lembro das vezes em que desejei matar todas as feministas. De uma vez só e com requintes de crueldade. Reconheço.
      Como não ficar aflita e comovida diante do aparente sofrimento de uma criança? E como não praguejar diante das obrigações que o mundo moderno impõe a nós, mulheres?  O mundo não, "as queimadoras de sutiã". Tudo culpa delas. E não há BB Cream que resolva a questão.
       Mas o enigmático mesmo, a pergunta que não quer calar é: O mundo desmoronando dentro de casa, a maior confusão instalada e o maridão lá, deitadão. Imóvel. Papaizão nem se mexe. Parece que dorme ao som de harpas divinas. Reconhece a cena? Eu queria tanto saber que capacidade é essa de abstração dos homens? É tipo o mistério das meias. Sabe? A gente coloca o par para lavar e só volta um pé? Acontece na casa de vocês? Minha prima disse que deve existir um buraco negro dentro da máquina de lavar. Kkkkk. Acho que deve haver é um destes dentro da cabeça dos homens.  
Selvagem! Acredito que o dia em que a ciência desvendar estes dois enigmas, o índice de divórcio e separação despenca. Sério mesmo!       
     Dizem que mãe é tudo igual, que só muda de nome e endereço, mas é comum ouvirmos uma mulher dizer que inveja a tranquilidade do parceiro. Eu mesma morro de inveja da “atenção seletiva” que acomete o meu. M-O-R-R-O! 
     A crônica de hoje não é para alfinetar e nem criticar os homens do planeta. De maneira nenhuma. Juro. Confesso que escrevi em plena TPM e não há momento mais delicado na vida de uma mulher. Ficamos sensíveis, indignadas, carentes, desequilibradas e gulosas. Muito gulosas. Loucas insanas e varridas certas de que podemos mudar o que é imutável: A natureza masculina e o mistério do pé de meia. Pobres Maridos. O meu, o seu, os nossos! Pobres Mulheres. Eu, você, todas nós.
Agora me respondam: Como é que estas “queimadoras de sutiens mega inteligentes”, antes de proporem tanta igualdade e independência, puderam desprezar fatores tão relevantes como os nossos hormônios?

Paula Santana

Até a próxima!