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O amor está no ar. Semana de Dia dos Namorados
é assim, desde que me entendo por gente: coração cor de rosa para todo lado. É
facebook, vitrine, todo mundo amando, sendo amado, meloooso .... claro,
natural, não poderia ser diferente mesmo.
Minha filha está apaixonada por um menino
da classe dela que, por sua vez, arranca suspiros das outras meninas da sala
também. O garotinho é uma gracinha, lindinho, charmoso, elas têm bom gosto, um
príncipe e, para não ter briga, desavenças e etc, a solução adotada por eles
foi prática e objetiva: namoram todos ao mesmo tempo. Quer dizer, ele namora
com as nove ao mesmo tempo. Isto mesmo? Entraram num acordo, sem problemas,
tudo numa boa, como diria Rasputia Norbit.
Mãe costuma ter mais ciúmes de filho
homem, é verdade, mas, confesso que esta história de minha filha já querer
namorar e, namorar um “aprendiz de sultão”, aos oito anos de idade, mexeu fundo
comigo. Lá no âmago, sabem? E não sou nada feminista não, eu juro, muito menos
moralista. Mas me pergunto: que geração é essa? Perdi alguma coisa? O Islã é
aqui? Ou é a tal da evolução de Darwin? Já estão nascendo generosos? Tô pirada?
Meu marido acha que talvez eu esteja dando muita importância ao assunto, que a
coisa toda pode ser lúdica para eles, que de repente estou neurotizando e blá blá blá. Isso
me confundiu um pouco mais, confesso. Estou na terra? O pai da princesa está tranquilo diante da provável vocação da
filha para viver num harém? Oi?
-
Mamãe, sabe o que aconteceu no Dia dos Namorados comigo? Eu não ganhei uma rosa,
sabia? Todas as meninas namoradas ganharam, menos eu e por sua culpa, tá bom! Foi
você que mandou eu terminar com ele, agora ó ... eu que fiquei sem. O que é que tem ele ter um monte de
namoradas? A gente não liga? O que é que tem, mãe? Nós somos amigas, ué!
A gente não liga?!?! O que é que tem? Bem
diz a minha irmã que vivemos a era do “o
que é que tem”. O que é que tem colocar o pé no sofá, matar a mãe, agredir
filho, botar fogo nos outros, bater na professora, espancar o aluno, furar a
fila, não cumprimentar o porteiro, desperdiçar água, jogar comida fora, roubar
dinheiro da saúde e da educação, namorar várias ao mesmo tempo, destruir patrimônio público e por aí vai.
Selvagem!!! Fui procurar a opinião de especialistas. Lógico! Tenho
a missão de educar direito, sem misturar meus sentimentos, as minhas convicções, com a realidade.
“Mãe,
acho sua preocupação super pertinente. Não pela questão moral, ainda, embora um
incentivo deste naipe no momento, possa significar um problema no futuro, mas,
principalmente, pela imaturidade inerente. São crianças, precisam viver esta
etapa e namoro não cabe agora. É hora de brincar de pique, pular corda, correr, pular, gastar energia. Nada de erotizar o que já esta para lá de erotizado. Além disso, me parece que a situação toda, agrava um
pouco mais a competição feminina. A palavra mais uma vez é LIMITE. E se for preciso, converse com os ouros pais também, afinal, pensa comigo, o “pequeno
sultão” não sai para comprar os presente, as rosas, os mimos charmosos que oferece sozinho, sai?
Até a próxima!
Paula Santtana